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Número de mulheres eleitas para a Câmara é o maior da história

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O número de mulheres eleitas para a Câmara dos Deputados é o maior da história, mas a bancada feminina ainda não representa nem um quinto do parlamento

As eleições trouxeram mais mulheres para a Câmara e menos para o Senado. As deputadas passaram de 77 para 91, 17,7% do total de vagas. No Senado, a bancada feminina encolheu. Apenas quatro senadoras foram eleitas. No ano que vem, serão 10, apenas 14,8% das cadeiras.

O resultado das urnas aumentou a diversidade na Câmara. Pela primeira vez na história, foram eleitas duas representantes trans. O número de indígenas também cresceu: quatro representantes se elegeram, entre elas, Célia Xakriabá, do Psol.

“É também para matriarcar a política que a gente chega nesse lugar, porque é um ano que fala muito de retomada da democracia, mas que tem retomado o patriarcado”, diz Célia.

Segundo o Instituto Alziras, 32% das mulheres eleitas na Câmara são negras ou pardas. No Rio Grande do Sul, foram escolhidas, pela primeira vez, duas deputadas negras: Denise Pessoa, do PT, e Daiana Santos, do PCdoB.

“Vai ser um caminho muito bonito trilhado a muitas mãos do movimento LGBT, do povo de matriz africana, de todos aqueles que eram considerados minoria, e que agora se sentem representados, porque em definitivo tem um corpo politico que se projeta e vem com todas essas marcas”, afirma Daiana.

Mulheres com candidaturas conservadoras foram as mais votadas em alguns estados, como Damares Alves para o Senado no Distrito Federal, e as deputadas Daniela do Waguinho, do União Brasil, e Bia Kicis e Caroline de Toni, do PL.

O resultado das eleições para o Congresso Nacional demonstra que, apesar dos incentivos à participação de mulheres na política, o número de eleitas ainda está distante de alcançar um equilíbrio na representação por gênero, considerando que as brasileiras somam mais da metade (52,65%) da população. Um dos incentivos nas votações deste ano foi definir mais peso, na distribuição de recursos do fundo partidário, às candidaturas femininas.

Para a cientista política Débora Thome, o saldo das urnas para as mulheres é bem-vindo, mas ainda tímido: “na Câmara Federal você tem um aumento, mas é um aumento ainda muito pequeno. Se fosse manter esse aumento pra ter algo parecido com uma paridade, a gente precisaria de mais 20 anos, o que é muito tempo, mais cinco eleições”.

Postado por Noticias às 05:51

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