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Dívidas com consignado do Auxílio Brasil são de R$ 8 bilhões, diz ministro

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O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, deu atualizações sobre as mudanças previstas para o programa Bolsa Família, que volta à antiga nomenclatura após passar os últimos anos como Auxílio Brasil.

Além de comentar atualizações nos cadastros para incluir mais famílias e retirar pessoas não aptas a receber o benefício, Dias criticou o modelo do crédito consignado do Auxílio Brasil, liberado pelo governo Bolsonaro em outubro — às vésperas da eleição presidencial.

A dívida relacionada ao empréstimo chega a R$ 8 bilhões, disse o ministro, sem considerar os juros.

“Foi agiotagem da pior possível, sobre isso com certeza teremos um olhar”, afirmou Wellington Dias, ao UOL Entrevista desta terça-feira (24).

O ministro não esclareceu, porém, se haverá perdão da dívida para beneficiários que não conseguem arcar com o valor contratado — especialmente por causa dos altos juros nessa modalidade.

“O presidente [Lula] está com um grupo de trabalho para outros endividados”, disse, fazendo referência ao programa Desenrola, articulado pelo Ministério da Fazenda.

PEDIDOS DE AJUDA IGNORADOS POR BOLSONARO SÃO ‘PLANO’ CONTRA YANOMAMIS

O ministro disse desconfiar que houve intenção de desmantelar o acesso dos indígenas yanomamis a serviços de saúde e assistência social.

O ministro defendeu investigações sobre o caso e citou indícios disso.

Apenas 177 yanomamis recebiam o antigo Auxílio Brasil dentre mais de 30 mil indígenas na reserva. Segundo ele, havia outras pessoas que estariam aptas a receber o benefício.

Pelo menos 21 comunicados oficiais chegaram a áreas do governo “pedindo socorro”; não foram tomadas providências.

Para Wellington Dias, o governo Bolsonaro “sabia o que poderia acontecer” caso não desse a assistência necessária à região.

“Se isso chegava ao governo, e se o governo não tomava providência, o que estava em jogo? Eu acho que a investigação vai chegar a algo muito mais sério”, comentou o ministro.

“Eu sou de um estado onde o extermínio dos povos das origens foi planejado a ponto de um governador reconhecer em lei que não havia mais indígenas no Piauí. Ali [com os yanomamis], a intenção era de colocar de forma sufocada, sem atendimento, sem atenção a essa população. É isso que estamos encontrando lá em cada visita, cada comunidade”, disse.

Bolsonaro, por outro lado, chamou as acusações de “farsa da esquerda” em um comunicado no Telegram, onde omitiu dados sobre mortes de indígenas ao defender ações feitas em seu governo.

NÚMERO DE CRIANÇAS YANOMAMIS MORTAS SOB BOLSONARO PODE SER MAIOR

O ministro afirmou que ainda não há um balanço final de vítimas da desnutrição em Roraima, especialmente crianças.

“Não foi de agora, não é do mês de janeiro uma criança de 9 anos pesando 7 quilos”, disse. “Não temos dimensão de quantas pessoas morreram ali”.

Wellington Dias citou números iniciais de 570 a 580 crianças que já morreram vítimas da desnutrição e da falta de assistência de saúde na terra yanomami.

“Pelo que a gente acompanhou, é que pode ser um número bem pior. De verdade, cabe a investigação, mas também a operação para salvar vidas, é assim que estamos chegando”, afirmou.

Fonte: Folhapress

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