Homem que entregou pistola para matar Amarílio e Dedé e deu fuga ao pistoleiro é preso em São Paulo 13 anos após o crime
Ramon Reginaldo Gonçalves Vital, 30 anos envolvido no duplo homicídio contra vereador Amarilio Pequeno e policial civil Dedé Bezerra em Juazeiro foi preso na noite desta quarta-feira, por policiais militares do ROTA de São Paulo que cumpriram o Mandado de Prisão Preventiva expedido no último dia 21 de julho pelo juiz Ramon Aranha da Cruz, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Juazeiro. Na época do crime, o acusado residia na Rua José Caetano no bairro Antonio Vieira e tinha apenas 18 anos.
De acordo com os autos do processo, Ramon Reginaldo foi quem entregou a pistola ao homem contratado para matar Amarílio Pequeno da Silva, 52 anos e José Alves Bezerra, 55 anos, o Dedé da Civil. Os crimes aconteceram no dia 20 de setembro de 2011 na Praça do Giradouro. Naquela noite, Ramon estacionou uma moto ao lado da praça e entregou a pistola ao executor Jonatan Marcos de Oliveira, o “Tiago Pernambuco”.
Após o duplo homicídio, “Tiago” caminhou pela praça até a moto, sentou na garupa e Ramon partiu na direção do Horto. Ali, abandonou o veículo num matagal e os dois desapareceram. Desde a época dos crimes que Ramon sumiu de Juazeiro e era considerado foragido pela justiça. Todavia, terminou localizado e preso quase 13 anos depois. A descoberta do seu paradeiro foi uma investigação do Núcleo Avançado de Inteligência da Polícia Civil de Juazeiro.
Toda trama para a execução do sargento, advogado, vereador licenciado e então secretário municipal, Amarílio Pequeno, foi arquitetada por Damião Érico Cavalcante Nicolau, 37 anos, apelidado por “Damiãozinho”, “Gaspar”, “Vela” ou ainda “Gringo”. O mandante do crime ainda é uma incógnita em Juazeiro. No último dia 25 de maio de 2023 “Damião Vela” foi julgado por meio de videoconferência já que segue preso em São Paulo e terminou condenado a 22 anos de prisão pela morte de Amarílio.
O Conselho de Sentença não considerou culpa do réu na morte de Dedé Bezerra, que foi assassinado pelo pistoleiro após o ex-policial civil ter tentado agarrar o matador. Nessa condição, a sentença destaca que Damião agiu com consciência em busca do resultado criminoso diante de Amarílio, o homem marcado para morrer.
Na época do duplo homicídio, Damião era detento da Penitenciária Industrial do Cariri de onde teria coordenado a ação quando as vítimas faziam cooper na praça. De acordo com as investigações, Damião teria contratado Paulo Victor Lopes Monteiro, o “PV Galego” ou “Bebê”, que era homem da sua confiança. Já este contratou o pistoleiro “Tiago Pernambuco”, julgado no dia 18 de março de 2014 e condenado a 38 anos de prisão estando preso.
Paulo Victor foi condenado à revelia a 60 anos de prisão no dia 2 de junho de 2016 e segue recolhido à Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Num dos seus depoimentos, disse ter recebido R$ 10 mil e pagou R$ 2,5 mil a Tiago e igual valor a “Ramon” ao qual entregou a pistola .40 para repassar a Tiago. Paulo Victor confessou ter sido contratado por Damião desde a Penitenciária de Juazeiro.
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