Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado: o que isso significa para Lula e oposição?
Alcolumbre no comando: o que muda no cenário político?
Davi Alcolumbre (União Brasil/AP) está de volta à presidência do Senado. Ele venceu a disputa deste sábado (1º) com 41 votos, o mínimo necessário, derrotando Marcos Pontes (PL) e Eduardo Girão (Novo). A eleição foi marcada por votos secretos, cédulas de papel e uma apuração manual, em um processo que reforça o caráter tradicional da Casa.
Com o retorno ao cargo, Alcolumbre promete um Senado mais independente, mas sua eleição também carrega implicações para o governo Lula e a oposição.
Quem é o “pai da criança”?
A vitória de Alcolumbre não foi fruto do acaso. O senador costurou acordos com diferentes blocos, conseguindo apoio tanto do governo quanto da oposição. Sua candidatura contou com articulação de bastidores, especialmente do União Brasil e do PSD, além do aval do PL, partido de Bolsonaro. Essa convergência mostra que ele soube transitar entre os interesses de diferentes forças políticas.
O Planalto, que via Rodrigo Pacheco como um aliado confiável, agora precisa lidar com Alcolumbre, que adota um perfil mais independente e imprevisível.
Quem ganha com Alcolumbre no Senado?
A oposição vê na eleição de Alcolumbre uma chance de ter mais espaço e influência na Casa. Diferente do que ocorreu sob Pacheco, o PL deve ocupar cargos importantes, como a vice-presidência do Senado e o comando de comissões estratégicas, incluindo a de Infraestrutura e Segurança Pública.
Já para o governo, o cenário é mais incerto. Lula pode encontrar dificuldades para avançar com algumas pautas, já que Alcolumbre defende um Senado com mais protagonismo frente ao Executivo e ao Judiciário. No entanto, o Planalto ainda vê nele um interlocutor aberto ao diálogo, o que pode evitar crises mais graves.
O que esperar do novo comando?
Em seu discurso, Alcolumbre destacou a necessidade de “pacificação” e “consenso”, mas também prometeu um Senado “corajoso” diante dos outros poderes. Isso indica que ele pode adotar uma postura menos alinhada ao Executivo e mais voltada à valorização do Legislativo.
A vitória apertada, com apenas 41 votos, também demonstra que sua liderança terá desafios. Nos próximos meses, o Senado será palco de embates sobre a reforma tributária, a anistia dos presos do 8 de janeiro e possíveis limitações ao STF. Como Alcolumbre irá conduzir esses debates definirá se sua gestão será de equilíbrio ou de tensão.
O Congresso muda, mas os desafios continuam.
Fonte: Gazeta hora 1