Aliados acham fantástico o desempenho de Bolsonaro no Jornal Nacional
Eram sombrias as previsões do que poderia acontecer com Jair Bolsonaro na noite desta segunda, 22, no Jornal Nacional. Muitos apostavam que ele deixaria o estúdio em protesto quando confrontando diante da primeira pergunta mais dura. Não faltaram também palpites a respeito de como um desempenho ruim enterraria de vez as possibilidades de sucesso na campanha à reeleição. Todas essas prognósticos se revelaram furados e os aliados já cantam vitória. O presidente esquivou-se da maior parte das tentativas de ser colocado nas cordas pelos entrevistadores, repetiu as mesmas mentiras e meias-verdades de sempre, da cloroquina às urnas eletrônicas (e, apesar da insistência dos jornalistas, não garantiu aceitar incondicionalmente o resultado do pleito em caso de derrota), fugiu como pode de temas controversos (a pregação antivacina, por exemplo) e teve tempo suficiente para mandar recados que encontram ressonância entre muitos eleitores — e não apenas aos convertidos mais radicais. Aos de baixa renda, enfatizou a propaganda do dinheiro distribuído no momento pelo Auxílio Brasil. Para o mercado, lembrou das reformas realizadas, como a da Previdência. Saiu-se bem até no enorme esforço que fez para não perder as estribeiras ao longo dos 40 minutos de conversa. No seu pior momento, teve dificuldade para justificar as constantes trocas no Ministério da Educação (cinco no total), saindo-se com o argumento pueril de que, muitas vezes, só se descobre a índole ou competência de alguém na prática. Foi um atestado cabal de que o Palácio do Planalto tem o pior RH do mundo. No desenrolar confuso da entrevista, que acabou favorecendo Bolsonaro, faltou perguntar a ele por que continua sendo rejeitado pela maior parte da população. O fato de ter evitado um desempenho catastrófico na entrevista desta segunda talvez não o o ajude a mudar essa realidade incômoda escancarada por todas as pesquisas.
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