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Caso Henry: Monique Medeiros deixa a cadeia na Zona Oeste do Rio

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Na sexta-feira (26), o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, revogou a prisão preventiva e concedeu liberdade para Monique, alegando constrangimento ilegal.

Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, morto em 2021, deixou a cadeia do início da tarde desta segunda-feira (29). Ela estava presa no Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Por volta das 16h05, ela deixou o local, aos gritos de “assassina”.

Monique é ré, juntamente com o ex-marido, Jairo Souza Santos Júnior, o ex-vereador Doutor Jairinho, pela morte de Henry Borel. Em agosto, o MP pediu que ambos vão a júri popular.

Na sexta-feira (26), o ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), revogou a prisão preventiva e concedeu liberdade para Monique.

pedido foi feito por meio de um habeas corpus da defesa, que não foi analisado, mas concedido de ofício — que no jargão judicial significa que foi atendido por iniciativa do próprio ministro.

“Não conheço do presente habeas corpus, mas concedo a ordem de ofício para revogar a prisão preventiva da paciente, assegurando o direito de responder ao processo em liberdade, sem prejuízo de nova decretação de medida cautelar de natureza pessoal com lastro em motivos contemporâneos”, escreveu o ministro em sua decisão.

Constrangimento ilegal

Noronha adotou posição contrária à 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RJ, que no último dia 28 de junho mandou Monique de volta à prisão.

“Não se pode decretar a prisão preventiva baseada apenas na gravidade genérica do delito, no clamor público, na comoção social, sem a descrição de circunstâncias concretas que justifiquem a medida”, escreveu.

Antes da liberdade concedida pelo STJ, a defesa de Monique teve um habeas corpus analisado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

No STF, a defesa de Monique questionou uma suposta violação de lei constitucional, o que foi negado pelo ministro. Gilmar Mendes disse que a prisão de Monique Medeiros se justificava, sobretudo, “diante da gravidade concreta dos delitos praticados, como também para garantir a aplicação da pena e conveniência da instrução criminal”.

Em abril, uma decisão da 2ª Vara Criminal do RJ do início de abril permitiu que Monique fosse solta, usando tornozeleira eletrônica.

O Ministério Público do Rio de Janeiro recorreu, e, no fim de junho, Monique voltou a ser presa.

Desde então, a mãe de Henry estava numa cela do Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, separada de outras detentas.

‘Mataram meu filho mais uma vez’

Leniel Borel, pai do menino Henry e assistente de acusação no processo que apura a morte da criança, disse que a decisão de Noronha foi “um absurdo”.

“Mataram meu filho mais uma vez em uma decisão unilateral do Judiciário brasileiro. É muito triste, como pai, ter que lutar todo dia e ainda assim ver o sistema beneficia, em vez da vítima, o assassino. É um absurdo, e vou tentar recorrer, sim”, disse ele ao g1.

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