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Maguila controla doença degenerativa com canabidiol e usa redes sociais para manter imagem viva

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Quem venceria um hipotético duelo entre George Foreman e Daniel Falconi? E se o confronto fosse entre o argentino e Mike Tyson? Imaginar como teriam sido essas lutas é um passatempo para Maguila.

Aos 64 anos, José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, diverte-se ao idealizar embates entre grandes nomes da história do boxe mundial.

“Foreman e Falconi, quem ganharia? O Foreman”, crava o sergipano em um dos vídeos divulgados no perfil oficial dele no Instagram. E Falconi e Tyson? “Tyson ganha”, diz para os seus mais de 70 mil seguidores no Instagram e no TikTok.

Enquanto se deixa levar pela imaginação, o mais bem-sucedido peso-pesado do boxe brasileiro exercita a memória com uma atividade importante para o tratamento da Encefalopatia Traumática Crônica, também conhecida como demência pugilística, contra a qual ele luta há anos.

Nas imagens, é possível notar que a dicção dele não é mais a mesma dos tempos de atleta, assim como a velocidade de raciocínio. Mas o bom humor continua presente. O sorriso fácil aparece quando ele passa a soletrar palavras. “Pindamonhangaba? Essa não tem como soletrar. P-i-pin-damonhangaba (risos).”

Nem sempre, no entanto, Maguila conseguiu conviver bem com a doença causada por traumas no cérebro, sobretudo pela dificuldade de diagnosticá-la. Em 2010, ele recebeu um diagnóstico inicial de Alzheimer, fato que não só atrapalhou o início de seu tratamento como a indicação dos melhores remédios.

“Começou com uma depressão”, lembra à reportagem Irani Pinheiro, esposa e advogada de Maguila. “Depois que diagnosticaram com Alzheimer, era muita medicação. E essas medicações psiquiátricas são complicadas. Então, a gente teve uma fase bem sofrida.”

Há quatro anos, Irani optou por dar continuidade ao tratamento do marido no Centro Terapêutico Anjos de Deus, clínica em Itu, no interior de São Paulo, onde o ex-pugilista está internado. “A gente tentou ficar com ele em casa, mas não conseguimos porque ele não obedeceu [na hora da] medicação”, conta.

Além disso, a advogada notou que o marido estava mais agitado, com menos apetite e “com um olhar de infinito, perdido, sabe? A gente conversava com ele e ele parecia meio longe da realidade”.

Na clínica, junto aos cuidados especializados, o ex-pugilista teve incluído em seu tratamento o canabidiol. Diariamente, ele consome gotas do CBD (canabidiol) isolado, sem moléculas de THC (tetrahidrocanabinol).

A abordagem fitoterápica foi sugerida pelo neurologista Renato Anghinah, médico de Maguila há mais de oito anos e especialista em concussões cerebrais. Segundo o profissional, a cannabis tem indicação plena para distúrbios como autismo, epilepsia, ansiedade, alterações do sono, comportamento e agitação.

“O Maguila está muito ligado, coisa que antes ele não estava, e essa mudança vem a partir do canabidiol. Ele recuperou o apetite, que estava inapetente. E, sobretudo, está mais tranquilo”, diz. Dificilmente ele tem algum episódio de agressividade atualmente, diz o médico. “Até o sono dele melhorou.”
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