“Quero ver quem vai cumprir”, diz dirigente da PF sobre pedido de prisão da cúpula da corporação
A notícia de que o delegado responsável pela investigação do escândalo que levou à cadeia o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro pediu a prisão da cúpula da Polícia Federal por interferência no caso repercutiu muito mal dentro da corporação.
Como a coluna de rodrigo Rangel revelou nesse sábado (13/8), o pedido feito pelo delegado Bruno Calandrini está nas mãos da ministra Cármen Lúcia, relatora do inquérito sobre o caso, em curso no Supremo Tribunal Federal.
Em privado, delegados que ocupam cargos de direção na PF se disseram surpresos com iniciativa de Caladrini e criticaram duramente a postura do colega. Poucos acreditam que a ministra acolherá o pedido.
Ao mesmo tempo, há um certo clima de apreensão porque ninguém sabe ao certo quais elementos embasam a petição apresentada ao STF. Por razões óbvias, o delegado não submeteu o pedido a seus superiores antes de enviá-lo à Corte.
“Se ela (Cármen Lúcia) deferir, quero ver quem vai cumprir a ordem de prisão”, diz um delegado que ocupa uma importante posição na hierarquia da Polícia Federal, referindo-se ao fato de que, se a ministra autorizar os pedidos de prisão, os mandados teriam de ser cumpridos por policiais da própria corporação, provavelmente dentro do edifício-sede do órgão.
Foto Luciano Belford/Especial para o Metrópoles
Por Metrópoles