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Tite faz ajustes na seleção e torce para não haver lesões a 2 meses da Copa

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A seleção brasileira enfrenta a Tunísia, em Paris, nesta terça-feira, no seu último jogo antes da convocação para a Copa do Mundo Catar. Além da disputa pelas últimas vagas, Tite terá que entrosar o time nos esquemas táticos e torcer para não haver contusões

Na história das campanhas da seleção brasileira em Copas, o período final de preparação que o técnico Tite terá para aprontar uma equipe em condições de brigar pelo título será o menor dos últimos Mundiais. Entre a apresentação dos jogadores, no meio de novembro, em Turim, na Itália, até a fase final dos treinos e a estreia contra a Sérvia, dia 24 de novembro, no estádio Lusail, nos arredores de Doha, serão apenas dez dias de trabalho.

Em 1970, o então técnico Zagallo e sua comissão técnica tiveram um período de três semanas, só na reta final em Guanajuato, para adaptar o time ao clima e à altitude mexicanos.

Segundo Fabio Mahseradijan, preparador físico da seleção brasileira, até o começo do próximo Mundial, haverá duas situações: uma boa, outra ruim. A positiva: ao contrário das outras Copas, que aconteciam no meio do ano e os jogadores que atuavam na Europa chegavam desgastados fisicamente, no Mundial do Catar, eles estarão bem condicionados.

O lado ruim será o excesso de jogos, muitos deles decisivos, que acontecerão em um curto espaço de tempo, exatamente para adequar o calendário das competições a uma Copa fora de sua época habitual. O torneio ocorrerá entre novembro e dezembro excepcionalmente para fugir das altas temperaturas no verão do Catar. No fim do ano, será inverno no país do Oriente Médio. Ainda assim, os dias são quentes por lá, daí a necessidade de os estádios serem climatizados.

“Os times grandes da Europa estarão jogando nos finais da semana, no meio da semana e os jogadores não terão folga e nem parada até a apresentação”, observa Mahseradijan.

“Por isso mesmo, a comissão técnica da seleção brasileira farão um acompanhamento detalhado de cada atleta com os clubes e os próprios jogadores, mas haverá desgaste “. Assim que os convocados se apresentarem, em Turim, a saída será diminuir a carga de trabalho físico e focar mais nas partes técnica e tática. Mesmo assim, há riscos de lesões em cima da hora.

Para fazer com que o posicionamento tático da seleção brasileira que irá ao Catar seja eficiente e consistente, dois modelos de jogo principais estão sendo trabalhados por Tite e pela sua comissão técnica. Um deles, com postura mais avançada, é similar ao que foi utilizado contra Gana, com Lucas Paquetá mais recuado, Vinicius Jr na ponta, e um lateral direito defensivo – Eder Militão, no caso.

O outro esquema, que será usado contra os tunisianos, em Paris, terá Fred no lugar de Vinicius Jr com um lateral direito mais apoiador no ataque, como Danilo, e um segundo jogador de meio-campo, fazendo a transição da defesa brasileira para o campo do adversário.

Com apenas 90 minutos para definir quem serão os 55 jogadores da primeira lista de convocados, que a CBF enviará para a Fifa até 21 de outubro – e os nomes dos 26 convocados para a Copa do Mundo, apenas dezessete dias depois, em 7 de novembro, Tite ainda tem incógnitas para fechar seu grupo. No ataque, por exemplo, considerando que os centroavantes Richarlison e Matheus Cunha foram e são nomes constantes na lista de convocados da seleção brasileira. Pedro, do Flamengo, apareceu menos, mas briga por uma vaga.

De acordo com Tite, será fundamental que os atletas mantenham alto nível de desempenho, sejam capazes de serem polivalentes no desempenho de funções diferentes e, claro, estejam em boa forma física. Usando o exemplo de Bruno Guimarães, do Newcastle, que se lesionou, o treinador mostra como se move o tabuleiro das opções e oportunidades na seleção brasileira.

“Abriu-se uma concorrência: enquanto o Bruno esteve fora, o Paquetá jogou bem por ali, o Fred também pode fazer esta função e o Arthur voltou a atuar. Sempre haverá um mínimo de quatro atletas observados por posição”, disse. Nas palavras do treinador, é um conjunto de fatores: a alta performance nos clubes leva os jogadores à seleção e a sequência de treinamentos, jogos e situações de enfrentamento consolidam um jogador no grupo.

Ter características diferentes, que possam aumentar o leque de alternativas durante o jogo, fortalecem as chances de estar entre os 26 jogadores. É isso que pode fazer a diferença na hora de ter uma equipe competitiva e pronta para vencer uma Copa do Mundo.

Por Estadão

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