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W. Dias: ‘Bolsonaro foi responsável pelo adoecimento da população Yanomami’

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O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, disse hoje que o governo Bolsonaro foi responsável pelo adoecimento da população Yanomami. Havia, de acordo com Dias, um projeto de desassistência em curso, anuência de garimpos ilegais, e um projeto de adoecimento da população, flagrantemente notado pelo cenário atual. “Um jovem de 16 anos morrendo de desnutrição?”, não tem outro nome: é abandono. “Como se justifica isso?”, questiona.

O ministro disse que todas as omissões serão investigadas e, se convidado, irá depor a organismos nacionais e internacionais sobre a situação que encontrou o povo Yanomami., “Ao mesmo tempo em que se busca os responsáveis, a nossa agenda é de reconstrução”, avaliou.

“Ações vão permitir salvar vidas”

A Força Tarefa do Governo Federal iniciou o trabalho para atender o Povo Yanomami em Boa Vista no último sábado (21/01), e o ministro Wellington Dias, já faz um balanço positivo. “O trabalho envolve vários ministérios e exige ações em parceria com o município, o estado, as próprias lideranças indígenas. A ideia é garantir que se tenha a qualidade de vida e a dignidade que se deseja para esse povo”, comentou o ministro.
FOTO: DIVULGAÇÃO / MDS

O quadro que o Governo Federal encontrou na capital de Roraima foi considerado muito grave. “É uma situação crítica. Acho que todo mundo já percebeu. Isso que aconteceu é uma tragédia. Eu digo que é um genocídio”. Segundo o ministro, os números ainda não foram consolidados, mas a estimativa é de que mais de 540 índígenas, entre eles muitas crianças e idosos, tenham morrido de causas evitáveis (como pneumonia, gripes e quadros de diarreia) nos últimos quatro anos na Terra Indígena Yanomami. A região congrega cerca de 78.500 indígenas em 719 comunidades, de acordo com informações do Governo de Roraima.

O contexto, segundo Dias, envolve a contaminação de rios da região por altas taxas de mercúrio em função da mineração ilegal e a presença indevida de madeireiros. Muitos dos povos indígenas da região são isolados, e por isso mais suscetíveis a doenças comuns decorrentes do contato com outros povos.

“Ali houve uma retirada de serviços que se prestava há muito tempo, além da entrada de pessoas estranhas. Imagine um Parque Nacional e a chegada de pessoas para garimpo, sem autorização, madeireiros sem autorização, produtores, criadores. E isso é muito pior num território que tem particularidades, de povos que não tiveram contato com o ambiente externo. Uma simples gripe que para nós não é problema, para eles é fatal”, comentou.

Diante desse quadro, o Governo Federal estabeleceu o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami. Oficializado na última sexta-feira, o grupo envolve, além do MDS, as pastas da Saúde, dos Povos Indígenas, da Defesa, da Justiça e Segurança Pública e de Gestão e Inovação em Serviços Públicos

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